04/01/2007

O AMIGO

O AMIGO
Victor Jerónimo

Veja com olhos de ver e, se não vê, feche-os.
Foi assim que acabei a conversa.
Então não é que o marmanjo daquele “meu amigo”, andava a trair-me?!...
E depois ainda vai de dizer-me que não era por mal. Vivia às minhas custas, em minha casa, com o meu dinheiro. Não tinha “eira nem beira”. Chegava a casa tarde e a más horas, todo emborrachado; tinha que lhe aturar as bebedeiras e o gajo, ainda falava mal de mim? Nas minhas costas? Bem, as minhas costas são largas, mas não tão largas assim e o malandro falava mal de mim. Coitadinha da mãe dele que não tem culpa, mas ele era um “filho da mãe”. Presunçoso, malandro, proxeneta, vândalo....
- Já chega, disse o Juiz.
- Então foi por isto que o matou?
- Eu não Senhor Dr, apenas lhe fechei os olhos!...

Lisboa, Nov/2002

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