10/01/2007

O PESO, UM PESO...

O PESO, UM PESO...
Victor Jerónimo

Antigamente(?!) estará assim tão longe? Mas, há uns anos por esta época era uma alegria imensa festejar o final do ano. Mais um ano havia passado e tinha chegado, Graças a Deus. Os anos corriam pachorrentos e por vezes até demasiadamente lentos.Então quando buscava um objectivo na vida, como a compra de casa, de um carro ou outra grande compra própria de uma sociedade de consumo, dizia eu, os anos demoravam mesmo a passar.
Depois havia o emprego por vezes enfadonho onde as caras eram sempre as mesmas, os temas também e se tínhamos um superior com azeites então aí não era só a lentidão dos anos, era a lentidão dos dias.Sempre na procura de um objectivo e na ânsia de dias melhores essa lentidão por vezes era exasperante.
E os anos foram passando até que um dia olhamos para trás e aí paramos, primeiro surpresos, depois tristes e de seguida olhamo-nos dando conta e pensando amarguradamente, como foi possível!. Entramos na meia idade ou estamos velhos.
Os anos que antes forçávamos a passar e aquela alegria efusiva de entrarmos no novo ano transformou-se em receio e em alguns casos até em medo.
Começamos por descobrir isso quando nos aposentamos, quando nossa mente deixou de estar ocupadíssima ou a nossa vida deixa de ter o ciclo infernal do trabalho; quando enfim nosso corpo descansa e a nossa mente antes ocupada pelas fervilhantes ideias e contratos de trabalho ou outros se dirige para o nosso eu e nos leva a encarar com olhos de investigador o que foi a nossa vida. Ou então descobrimos isso num aniversário, naquele aniversário em que olhamos para o numero e pensamos, como pode ser?
Depois há a passagem do ano em que sentimos que a euforia se foi, não por falta de objectivos, pois perdê-los é morrer, mas sim porque começamos a sentir o peso, um peso...
Claro que há a alegria de termos vivido mais um ano e quem é religioso agradece isso ao Altíssimo, mas já se sobrepõe aquela sensação bem nítida de que passou um ano, tão rápido, tão rápido... que sentimos uma angustia quase doentia e no nosso intimo desejamos que o tempo, pare.Pare aqui ou que pelo menos reduza essa velocidade cada vez maior da passagem veloz dos minutos, das horas, dos dias, dos... anos.
E então recordamos o quão efémera é a nossa vida, o quão rápido é a nossa passagem terrena e aqui recordamos também os que se foram, os nossos entes queridos, os amigos, os grandes homens e mulheres que tivemos de referencia ou foram referenciados na nossa vida, todos ou quase todos se foram e então aí sentimos a verdadeira solidão e... medo.
O nosso tempo foi-se. Agora é tempo dos mais novos. É tempo de olharmos com outros olhos e darmos-lhes o direito à sua vida.
É tempo de afirmação, de consolidação e de amor. É tempo de nos prepararmos.
Que mais um ano venha e que o possamos percorrer calmamente, sem muitos percalços e com um sorriso de esperança nos lábios.Mas, oh Deus, este ano passou tão rápido!...

Recife 29.Dez.2006

A PROPÓSITO DOS DIREITOS AUTORAIS E EDITORIAIS

A PROPÓSITO DOS DIREITOS AUTORAIS E EDITORIAIS
Victor Jerónimo

Numa altura em que decorrem algumas questões sobre direitos autorais na internet e se inflamam corações e espíritos, há que olharmos serenamente e estarmos atentos ao que se passa neste campo lá fora.
Quando vejo poetas digladiarem-se sobre direitos autorais em discussões muitas vezes vazias de sentido eu aqui deste lado estremeço.
Fui das primeiras pessoas a não permitir nos meus grupos, primeiro no Grupo Torre de Belém fundado em 1999 e mais tarde no Grupos Ecos da Poesia ( http://ecosdapoesia.net ) a publicação de textos de Autoria Desconhecida (AD), formalizando isso em normas e onde todos os novos participantes as recebem.
Sendo este um primeiro passo para evitar o plagio, plagio esse definido nos padrões actuais e em normas de direitos autorais de vários países que o definem como cópia integral de um texto, mudando a autoria. Mas a matéria é bem mais extensa o que causa os mais diversos direitos de opinião e onde nós devemos aceitar e estudar caso a caso.
O que é triste e lamentável é que certos poetas se arroguem no direito de ter a razão e alguns entrem mesmo no campo das ofensas publicas e privadas.
Grandes poetas e pessoas que considero de bem e onde muitos se conhecem pessoalmente deviam dar o exemplo de bem-estar na net. Dar a sua opinião é saudável, entrar em ofensas e acusações públicas denegrindo este ou aquele é triste, lamentável e de muito má fé, pois primeiro estão a querer impingir a quem os lê, situações que não existem, depois estão a criar a proliferação da má imagem que a net já tem.
Sejamos concisos, demos a nossa opinião e saibamos respeitar a opinião dos outros sem entrar em ofensas pessoais. Afinal os grandes doutores em leis não entram nestas discussões, deixando para os tribunais as grandes decisões. A nós cabe-nos a opinião, sem ofensas, a vós cabe-vos respeitar a opinião e dar a vossa sem ofensas e vice-versa.
Seria tão saudável se todos pudessemos dar a nossa opinião sem medo de sermos ofendidos!...

23.jun.2006

A MALDADE

A MALDADE
Victor Jeronimo

Ei-la como corre veloz entre as pedras da sabedoria, contornando-as com mestria e fugindo ao seu contacto voraz. Tem a esperteza das forças que regem as maldades sublimes e a hipocrisia dos grandes senhores do mal.
Volteia-se à direita e à esquerda, sobe acima passa por baixo mas evita as pedras que a podiam ensinar e mostrar-lhe as verdades sublimes.
E por aí ela vai apoiada ora aqui, ora ali por seres malvados que vivem nos abismos da ingratidão.
São formas apoclipticas e sem força vivendo ao sabor dos ventos do mal sem nunca terem a vontade do viver no saber e a coragem de quererem adquirir um pouco de verdade nas suas vidas.
E assim vão percorrendo os caminhos e infiltrando-se entre nós como se fora mel, mas mel feito do ácido amargo da maldade.
Seguram-se nas trevas dos inconscientes e minam-lhes as vontades, fazendo-os agir com raiva e morte não olhando a escuridão que espalham no mundo.
Mas um dia a verdade triunfará e tal como um vulcão jorrando das entranhas da terra esta se espalhará com força e vontade e abrirá os olhos dos que não viam e mostrará o espirito dos que sempre lutaram em prol da sabedoria.

08.08.2005

O TEMPO

O TEMPO
Victor Jerónimo

O tempo corre veloz, fazendo-me perder o inantigivel final das verdades sublimes. As horas trespassam-me como lanças que me ferem no âmago da minha alma. Nada mas mesmo nada se pode arvorar de tempo vivido pois este traidor nos foge como areia entre os dedos. Dedos carcomidos do tempo calejados de angustias vividas mas que mesmo estas se perderam no tempo. Nada sobra para recordar pois o tempo tudo apagou e nem a memoria consegue recordar o vivido em paz ou em guerra pois essa tambem se perdeu. As mãos procuram no vacuo do tempo segurar este, mas ele veloz como uma seta foge-nos sem o podermos controlar e tudo, mas mesmo tudo corre inexoravelmente para o fim que se avizinha cada dia mais perto. Quando ele chegar os olhos se fecharão o sopro findará e finalmente o tempo, esse tempo vencerá ao trespassar-nos a alma. Depois, depois será o vácuo o final onde não mais haverá a preocupação do tempo.

08.08.2005

OS OLHOS TRAEM

OS OLHOS TRAEM
Victor Jerónimo

Quantas vezes no nosso quotidiano e com as pressas de passar à tarefa seguinte os olhos nos traem. Tem esta cronica o objectivo de um caso recente de alguém que foi traído pelos olhos e afirmou públicamente e com certezas algo de que o tinham acusado. Quando ele recebeu novamente a cópia do que lhe tinham enviado, com o pedido para que relesse o que estava escrito, essa pessoa sentiu-se em situação delicada.
Quando recebemos uma carta ou uma mensagem lemos muita vez em "corrida" e passamos logo à seguinte. Por vezes lemos aquilo que nossa mente tem para predisposição no momento.
Trabalhei numa grande empresa e por vezes pedia insistentemente aos funcionários que antes de responderem a uma mensagem a relessem novamente e se acaso houvesse duvidas tornassem a ler as vezes que fossem necessárias.
Esta perda de tempo que nós consideramos assim, não o é, se tomarmos em conta as situações infelizes ou dramáticas que ocorrem de algo mal lido.
Há também as situações de escrevermos algo em "corrido" e não fazemos a revisão do texto, o que ocasiona muitas vezes erros colossais gramaticais.
Perca um pouquito de tempo e revise o texto, verá que irá ganhar tempo ao tempo procedendo assim e mais tarde não terá que passar muitas vezes por situações melindrosas.
Por isso cuidado, os olhos traem e a mente ajuda.

01.10.2004

PATRIARCAS VERSUS MATRIARCAS

PATRIARCAS VERSUS MATRIARCAS
Victor Jerónimo

Muito se tem falado no matriarcado, e pouco valor se dá ao patriarcado. Entendo que a mulher seja a sofredora, não é ela que gera?, mas e o papel do homem na sociedade familiar?.
Vejamos os casos de casais em que os dois trabalham, em que os dois cuidam dos filhos, da casa, incluindo alimentação, limpeza, conservação. Hoje o homem desempenha na família o status de dono de casa, em que cuida desta com o mesmo carinho e amor que a mulher, não só por ocupação empresarial ou outra em que esta não pode dar assistência à casa, mas também como um gosto requintado que se traduz em amor à familia pelo homem.
Hoje a grande maioria dos nossos homens cuida do seu filho desde a nascença, facto reconhecido em certos países com as licenças de paternidade, desde o amamentar a mudar as fraldas, acordar durante a noite para embalar o bébé, tudo actos que pertenciam à mãe matriarca e que hoje estão muito mudados no conceito da sociedade moderna.
Por isso é de lamentar que ainda exista o homem machão que verga a mulher sobre o peso do autoritarismo ou o “lá em casa quem manda é a minha mulher, mas quem manda nela sou eu”, próprio dos patriarcados do século passado.
Igualmente é de lamentar que as mulheres continuem a refugiar-se no papel do sexo fraco nos casos de separação e que a grande maioria dos juízes continuem a pender com as suas decisões a favor da mulher, sendo comum, eles levarem testemunhas masculinas e elas femininas, como se cada um fossem defender o seu clube.
Se a mulher quer realmente demonstrar o seu valor que estas se assumam por inteiro quer na vida quer na chamada hora da “verdade” e deixem de fazer o papel de vitimas da sociedade. Uma grande maioria dos homens já as apoia e só falta a grande maioria das mulheres assumirem-se.
Então poderemos ter a certeza de estar a contribuir para um mundo melhor e onde a igualdade será realmente um facto.

30.08.2004

CARTA A UM AMIGO

CARTA A UM AMIGO
Victor Jerónimo

Quando temos o privilégio ocasionado ou ditado pelo acaso ou quem sabe por um deus superior de reencontrar um amigo a nossa viagem ao passado fica presente e as boas recordações afloram imediatamente como se tivéssemos parado no tempo. Depois e só muito depois vem o actualizar do tempo perdido. Comigo já tive essa felicidade a de reencontrar amigos que se perderam em contacto na malfadada guerra colonial e que quando regressaram vinham bem diferentes seguindo então uma nova vida, não reatando os seus contactos antigos para e só depois de dezenas de anos passados os reencontrar.Isto talvez porque a inocência ficou perdida naquela selva de bichos malvados personificados pelo homem e que destruiu a inocência da nossa juventude, transformando-os em homens amargurados e assustados por toda uma geração. Jovens que regressaram ficando entregues à sua sorte levando toda uma vida para se recuperarem daquilo que agora "soy" bem dizer-se stress pós-traumatico o que para o "bem" das novas gerações tem apoio medico e psicológico para que estes não sofram tanto as amarguras que sofreram os seus pais e que agora são sofridas lá nos desertos das arábias.Mas voltando ao reencontro de amigos perdidos à muitos e muitos anos, temos um regressar à nossa juventude que aliado aos dotes actuais nos proporcionam momentos bem agradáveis e inesquecíveis.É o reviver do que chamamos os bons tempos é o aclarar dos nossos espíritos é a lavagem do corpo traduzida naquelas simples brincadeiras da juventude e que nos faz voltar a ser jovens ainda que por pequeno período de tempo.Sim porque isto de termos um espírito jovem na nossa idade, não é para qualquer um. Primeiro têm que estar reunidas as condições psicológicas que nos levam a isso. Isso pode acontecer no nos revermos numa criança, participando nas suas brincadeiras, pode também ser o usar o nosso imaginário das belas recordações transformando-as, não em saudades que nos atormentam mas sim no reviver actual dessas situações.Se conseguirmos atingir este estágio poderemos então apreciar o mundo à nossa volta, aquele mundo traduzido num lindo nascer do sol, nas belas flores que nos rodeiam, mesmo que estas estejam num canteiro cheio de lixo, nos pássaros que voam e cantam nos seus belos trinados isto apesar de eles respirarem o mesmo ar super poluído que nós respiramos e vermos um ocaso do sol, vermelho e belo apesar de sabermos que grande parte dessa beleza é o resultado dos gases que poluem a nossa atmosfera e, então, à noite, podermos na nossa cama sonhar com o belo dia que revivemos.Bem, este meu reviver pode não ser o mesmo que o teu mas o que importa mesmo é a recordação do reviver da nossa beleza interior, perdida que esteve nos meandros da preocupação e muitas vezes da maldade do dia a dia.Mas, como estava a mencionar lá atrás e abro aqui um pequeno parêntesis: a minha cabeça já não é o que era, levando-me a saltar de tema para tema, deambulando por outros e esquecendo o tópico principal desta minha carta.Mas voltemos ao que estava a dizer. Reviver os amigos é algo mesmo belo principalmente quando não os vemos há vinte e trinta anos.Olha meu amigo, vou terminar aqui, na próxima te escrevo mais, agora vou dormir um pouco pois fiquei muito cansado com o esforço mental ao escrever esta carta
Um abraço do teu amigo

07.Set.2005

O PESO DO OURO

O PESO DO OURO
Victor Jerónimo

Sinhõ... pão por Deus.
Minha mãe tá tuberculosa
Meu pai em cadeira de rodas
E eu sou pequeno pa trabalhar.
Cenas como estas deambulam em muitos lugares no mundo, esta particularmente a recordo nas minhas viagens diárias para o emprego. Crianças sujas com estes cartazes em papelão, no meio de senhores e senhoras perfumadas que fingiam dormir, ou estarem distraídas com uma leitura de momento. Ele arrasta-se de vagão em vagão, sem pernas, uns tamancos nas mãos, que substituem os pés, pendurado ao pescoço uma lata e um cartaz: - Tenham dó e piedade desta pobre alma, que não tem o que comer.O comboio rola, vencendo os trilhos de ferro, lá dentro o povo trabalhador, segue impávido, sereno e pensa, coitadinho, que horror. De vez em quando lá cai uma pequena moeda na latinha.Os olhos do invalido brilham como se tivesse ganho na lotaria. Ela ainda menina, mas já bem "apetrechada" vai ganhar a vida na... rua.Sua mãe assim o faz há muitos anos e seu pai esse... nunca existiu.Quase como que uma tradição de família, a menina, vai ganhar a vida, pois sua mãe está velha e cansada e os homens já não a querem.Preferem a carne fresca... a carne acabada de sair da infância, para entrar directamente no mundo da prostituição. Tantos, milhares, milhões, biliões de casos iguais, diferentes, mas todos em busca do pão. Pão que é tirado das searas em ouro, por homens que trabalham para um patrão, que o vende a peso de ouro.Em países com leis que destroem o excesso de produção, dando mais ouro a esse patrão.Destruição dos excessos de produção, que não podem matar a fome no mundo, pois destroi a balança de pagamentos.O ouro, que faz e desfaz, em nós complexos.Quem o tem chama-lhe seu. Quem o não tem, arrasta-se, chora e até mata por ele.Ouro esse vil metal, que podia ser do bem.Quantos séculos, ou milénios ainda terão que passar para que o homem, entenda, que o mundo pode ser um paraíso?

07.Set.2005

O CARVOEIRO

O CARVOEIRO
Victor Jerónimo

Não havia o que comer e beber quase também não.
Era assim até depois da segunda guerra mundial em montes perdidos das Beiras, em Portugal.
A água gelava nas fontes, o frio era intenso e o agasalho muito pouco. Serviam as sarapilheiras de cobertor e os cavacos eram bem poucos para acender o lume.
Havia grandes pinhais, mas estes eram guardados pelos donos e mato não havia, já tinha sido roçado. Os poucos cavacos eram dos donos dos pinhais.
Por vezes lá se encontrava algum tojo para aquecer o lume, mas até esses eram uma raridade. Os carvoeiros precisavam deles para fazer o carvão e não era tarefa fácil.
Iam para os montes, longe das propriedades, abriam um buraco no solo o mais profundo possível e de preferência redondo; enchiam-nos com tojos e caruma. Depois de acenderem o fogo, havia que tapar o buraco com terra, deixando um pequeno respiradouro, para este não apagar. E assim tinham que ficar entre uma a duas semanas perto dos seus buracos, pois havia o perigo de algum ladrão os roubar.
Era assim que o Manel fazia anos a fio. Tinha mulher e seis filhos para criar.
Naquele ano o Manel estava com sorte, o ano estava a ser muito frio nas cidades e a venda do carvão estava em alta. Nesse ano ele tinha começado a fazer o seu carvão mais cedo, mas agora o frio era tanto que ele não conseguiu subir aos montes.
Tinha acabado de regressar da cidade e tinha o produto da venda consigo numa bolsa por dentro das calças e presa na perna.
Escolheu um terreno baldio lá para os lados de uma quinta procurando um abrigo. O frio nesse dia apertava tanto que ele foi recolher-se debaixo de uns beirais da loja da quinta.
Foi aí nesse beiral que o Manel, homem honesto, trabalhador e amigo do seu amigo foi encontrado sem calças e morto.
Hoje o dono da quinta é um rico industrial, que começou a fazer riqueza depois da morte do Manel.
Ele há coisas...

11-02-2004

Publicado como Editorial no jornal “O CANTINHO DO BACALHAU” Recife/Brasil, jornal de circulação entre todas as comunidades portuguesas espalhados pelo Mundo

ÁGUA... PRESERVAR É PRECISO

ÁGUA... PRESERVAR É PRECISO
Victor Jerónimo

Quando era menino passava com a minha família dias lindos na praia da Cruz Quebrada. Ali onde o Tejo entra em agonia e se entrega ao mar recordo as belas barracas coloridas em tiras de várias cores, um pontão de onde os banhistas mais afoitos se lançavam à água e onde os pescadores pescavam lindos peixes.
O comboio passava mesmo junto à praia deixando centenas de pessoa nesta e um pouco mais longe havia os elétricos que terminavam a sua linha ali no vizinho Jamor, transportando para a praia inúmeros banhistas.
Era uma praia de águas límpidas e pequenas ondas convidando ao deleite e ao prazer de um bom banho. Mesmo junto à praia desaguava o lindo Rio Jamor, cantado por poetas e frequentado por amantes. Nós as crianças brincavamos livres e alegremente, por toda a praia, sem receio de pisarmos uma lata, uma seringa ou qualquer outro objecto por demais perigosos que hoje jazem esquecidos e abandonados nas nossas praias.
Mais à frente havia outra praia a de Paço de Arcos, que tinha no seu seguimento umas belas rochas onde o pai em seus buracos caçava lindas sapateiras e onde a mãe as cozia em seguida em lautos almoços à sombra de frondosas arvores junto a essa praia.
Entre estas rochas e ali mesmo juntinho ao mar brotava uma nascente de água doce e cristalina de onde bebiamos a sua preciosa e agradável água.
E como este, muitos e muitos lugares quase paraísos havia junto às nossas cidades e que o homem no espaço de 30 anos destruiu completamente.
Lembro-me do Rio Zêzere que hoje abastece a cidade de Lisboa, depois de a sua água ser decantada, filtrada e tratada quimicamente.
Este rio corria entre os seus meandros com águas limpissimas, peixe abundante e no verão quando secava, deixava lindas lagoas aprazíveis para tomar banho. Hoje o rio não seca, o homem não deixa, com os contínuos vazares de águas residenciais e industriais, o homem encarregou-se de não deixar secar o rio no Verão, este corre continuamente em autentico esgoto a céu aberto e sem vida.
Estes são apenas três pequenos exemplos num pequeno país chamado Portugal.
Hoje vivo no Brasil o país que tem 70 % de água potável no planeta e leio, vejo, o não cuidar das suas águas, desde os seus dirigentes até ao mais pequeno ser humano. Todos esbanjam, todos sujam, não fazem aproveitamentos, falta a água continuamente, há falta de recursos. Em Portugal, como no Brasil como em todo o Mundo a água fonte da vida, está a transformar-se em fonte da morte.
Quando será que o homem acorda?

29.Ago.2006

04/01/2007

SENTIMENTOS FUGAZES

SENTIMENTOS FUGAZES
Victor Jerónimo

Sentimentos fugazes em noites estranhas e, sonhos perdidos. Como foi bela a vida sonhada e encontrada em fugaz mês de Abril, numa terra distante que foi nossa, e... há muito perdida para sempre.
Cantaram-te os sonhos mais lindos em uma noite de solidão, e tu... ave saltitante, pulaste de alegria e arribaste para outras terras.
Desfizeste o teu ninho há muito destruído, pegaste nas parcas penas que tinhas e abalaste!...
Chegaste com medo, cansado mas feliz. Com um sorriso no olhar e uma esperança infinda, foste recebido como um... rei!...
Trataram-te durante o tempo que dura o mês lunar, com pompa e circunstância.
Visitaste todos os ninhos ao redor e em todos foste recebido com simpatia. Tão contente estavas, que nem reparaste que aos poucos, estavam a construir uma jaula para te aprisionar. Jaula doirada, é certo, mas que era gerida por uma domadora implacável, destruidora, psicótica, que iria destruir todas as tuas esperanças, tuas, alegrias, teus sonhos, de uma vida de amor a dois, e... ainda pior, a tua alma!
Os sonhos mais lindos que te cantaram... eram um pesadelo!...
Triste sina a tua, que te persegue desde os mais remotos tempos e nem num Mundo Novo, foi apaziguada. Antes piorou e quase destruiu por completo a tua vida.
Agora, tentas recolher as poucas penas que te restam, algumas... perdidas para sempre!...

Belo Horizonte, 15.09.2002

CRÓNICA DO FIM DO ANO

CRÓNICA DO FIM DO ANO
(2004)
Victor Jerónimo

Por muitos projectos que façamos para um novo ano, nunca, mas mesmo nunca eles se concretizam da maneira que desejamos e o termos vivido mais um ano é uma Acção de Graças que devemos agradecer.
Dos projectos que eu tinha há um ano para a poesia e embora eu tivesse projectos avaliados em contextos actuais do momento nada saíu como projectei, antes eles foram sendo avaliados momento a momento, situação a situação. Aliás nem pensava criar outro grupo, pois o Grupo Torre de Belém corria bem pelos mares da net de velas enfunadas. Muitos dos projectos que eu tinha para aquele Grupo foram derrubados instantaneamente num furacão de xenofobismo e maldade de um determinado grupo de pessoas e nem os pedidos e as chamadas à razão demoveram essas pessoas, antes acirrando-se contra quem queria vê-los por bem.
Restaram-me duas opções, ou deletava a Torre de Belém e ausentava-me para sempre da internet pelo menos nos moldes actuais, por saturação e desgosto ou punha esse grupo em standbye e criava outro Grupo com directivas rigidas e onde qualquer participante que entrasse teria que se identificar primeiro.
Em boa hora optei pela segunda solução.
Tive o raro privilégio de ao longo do ano de 2004 ter conhecido pessoas maravilhosas por mor do Grupo Ecos da Poesia e de realizar um sonho já bem antigo que estava reservado para o Grupo Torre de Belém: o de fazer uma Antologia Literária com todos os poetas inscritos no Grupo e que dela quisessem fazer parte.
Muitos escolhos e pequenas tempestades aconteceram durante o no de 2004 porém a experiência, a perseverança e a amizade foram os timoneiros certos para vencer esses obstáculos.
Todos sem excepção, uns de uma maneira, outros de outra, foram excepcionais na construção do Grupo Ecos da Poesia.
A todos vós meus queridos amigos: vós não sois para mim simples participantes do Grupo Ecos da Poesia, sois antes parte de um grande espaço dentro do meu coração com a amizade, carinho e respeito demonstrados mutuamente.
A vós bem-haja.
Bem-haja por demonstrarem que afinal a internet não é só maldades e que como tudo na vida há o bem, bastando para isso que nós o desejemos.
Muito mas muito mais haveria a dizer, mas cada um de vós sabe na medida certa do que falo e sabem da verdade.
Que o Ano de 2005 seja pleno de realizações, que embora, nunca se realizem como desejamos, elas sejam por bem e na medida certa do que queremos.
Obrigado a todos
Viva o Ano 2005!

27 de Dezembro de 2004

O AMIGO

O AMIGO
Victor Jerónimo

Veja com olhos de ver e, se não vê, feche-os.
Foi assim que acabei a conversa.
Então não é que o marmanjo daquele “meu amigo”, andava a trair-me?!...
E depois ainda vai de dizer-me que não era por mal. Vivia às minhas custas, em minha casa, com o meu dinheiro. Não tinha “eira nem beira”. Chegava a casa tarde e a más horas, todo emborrachado; tinha que lhe aturar as bebedeiras e o gajo, ainda falava mal de mim? Nas minhas costas? Bem, as minhas costas são largas, mas não tão largas assim e o malandro falava mal de mim. Coitadinha da mãe dele que não tem culpa, mas ele era um “filho da mãe”. Presunçoso, malandro, proxeneta, vândalo....
- Já chega, disse o Juiz.
- Então foi por isto que o matou?
- Eu não Senhor Dr, apenas lhe fechei os olhos!...

Lisboa, Nov/2002

O ANJO

O ANJO
Victor Jerónimo

Ela era bonita e hermosa. Tinha todos os predicados de uma donzela.
Vivia quase enclausurada naquele rés-do-chão, assomando por vezes a sua cabecita na janela, ornada com cortinas cor-de-rosa.
Naquela manhã o António, alterou a rua que percorria há anos em direção ao seu emprego. A rua que sempre percorreu e calcorreou em gastos infindos de solas, estava impedida pelo rebentamento dos esgotos, que a chuva nessa noite se encarregou de destruir.
Seguia o António remoendo nos seus pensamentos as fracas construções dos homens, quando teve a visão do anjo. Sim só podia ser um anjo essa visão, tão de repente aconteceu. Parou, olhou para trás e, desistiu. Foi remoendo que recomeçou o seu andamento em direção ao trabalho, mas desta vez, pensando na visão. Esta foi tão rápida, que só poderia ter sido visão.
Então ele não olhou para trás? E que viu? Nada. Por isso foi mesmo uma visão.
Hoje, quarenta anos passados, o António percorre a mesma rua. Tem por companheira uma bengala e recorda que afinal, naquele dia teve mesmo uma visão, que se tornou real.
Quarenta anos da sua vida destruída, só, desamparado, sem ninguém na vida, porque naquele dia o António não viu um anjo, mas sim o diabo que arruinou sua vida, para sempre.
Hoje... só!...

Recife, 06-02-2004

CRONICA DE UM CIDADÃO PORTUGUÊS NO BRASIL

CRONICA DE UM CIDADÃO PORTUGUÊS NO BRASIL
Victor Jeronimo

Visitei o Brasil pela primeira vez em 2002. Quando cheguei no Aeroporto Tancredo Neves em Belo Horizonte, via São Paulo, já vinha um pouco receoso, pois o Aeroporto de Guarulhos na altura em obras não oferecia a minima comodidade aos passageiros em trânsito.
Quando cheguei a Belo Horizinte com duas horas de atraso à 01:00h da manhã além de supercansado sentia-me desiludido.
Na viagem de cerca de 20 Km que separa o aeroporto da cidade de Belo Horizonte a minha curiosidade e ansiedade de conhecer tudo provocou-me um impacto desolador.
As grades nas janelas, os muros que cercam as casas com fios de alta tensão o não parar nos sinais vermelhos ao circular as varias arterias da cidade com medo de ser assaltado, o não poder saborear o ar brasileiro porque os vidros do automovel tinham que permanecer fechados com medo desses mesmos assaltos, esse primeiro impacto dizia eu assustou-me deveras e levou-me a pensar: Onde foi que eu vim me meter?
Vivo actualmente no Recife há dois anos e conheci entretanto boa parte de Minas Gerais, Brasilia e agora Pernambuco e se o susto inicial foi grande, actualmente sinto-me bem e descansado.
Há que tomar certos cuidados, é certo, mas o povo brasileiro tem-me dado alegrias na generalidade.
Povo simpatico mas sofredor, povo alegre, mas muito religioso, povo que vive na esperança de dias melhores, este povo brasileirão é um povo lutador e que sabe como viver a vida.
O Brasil possui verdadeiros paraísos naturais não só a nivel de praias como de montanha. Imnuscuirmos entre os seus habitantes e conhecer as suas raízes nos transporta aos nossos ancestrais e ao reviver de vidas passadas ou elos que perdemos no tempo.
Viver no Brasil torna-nos nostalgicos e saudosos da nossa juventude.
Actualmente adoro viver no Brasil e nesta cidade maravilhosa chamada Recife.

14.Ago.2005

A LUTA DE UM POVO

A LUTA DE UM POVO (*)
Victor Jerónimo

Eu era apenas um jovem de 25 anos, mas que tinha um passado de lutas e desgostos internos pelo que se passava no meu país.
Naquela manhã de 25 de Abril de 1974, às 07:00h vi os tanques de guerra, as chaimites e todo um exercito de metrelhadoras a ocuparem as ruas da minha capital.
Intimamente orei para que fossem bem sucedidos.
Cerca de um mês antes tinham tentado a revolução e tinham sido mal sucedidos, dando azo a que todos os seus intervenientes tivessem sido presos pela famigerada PIDE/DGS, a polícia politica do meu país.
As novas gerações têm dificuldade em entender o que realmente foi o 25 de Abril de 1974, tal como eu na minha juventude tinha dificuldade de entender o que tinha sido por exemplo o 05 de Outubro de 1910.
Mas quem viveu as proíbições as mentiras e mais grave ainda, quem teve que pegar em metralhadoras, granadas e ir defender o que nós sabíamos que não era nosso, sabe o que nos custou não só fisicamente, mas moralmente ir morrer por Pátrias que não eram nossas e ainda mais grave não era o morrer, mas sim chegar à Metropole, estropiado por toda a vida ou com sequelas psiquicas que ainda hoje atormenta grande parte dos homens do meu país.
Quando eu nasci um homem governava o meu país ha 20 anos, seu nome: António de Oliveira Salazar.
Não era um homem qualquer metido a 1º Ministro, era sim um Sr. que governava com mão de ferro o meu país, mas diga-se em abono da verdade, também com muita habilidade.
Vejamos, ele odiava os comunistas, mas também não gostava dos americanos. Quem o quisesse conhecer tinha que se deslocar a Portugal, ele sair do país, nem pensar, fê-lo uma vez apenas.
Amores, isso não era com ele, embora se diga que uma jornalista francesa esteve apaixonada por ele, ou seria o contrário?
Religião, pois então, se um homem quer dominar bem um país o melhor que tem a fazer é unir-se à Santa Madre Igreja e ele não só uniu, como instituiu o poder da Igreja.
Liberdades políticas? Nem pensar, ele é dono e senhor e quem se atrevesse a discordar lá estava a PIDE, mais tarde DGS.
Capital? Pois sim... num país onde se passava fome e onde o lema era “Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses” quando ele morreu os cofres do Banco de Portugal tinham uma das maiores reservas de ouro do mundo e estavamos há 10 anos gastando horrores de dinheiro em várias frentes de guerra. Então tinha ou não habilidade? Politica, comercial, religiosa... agora vejamos no meu país até para termos um isqueiro para acender o cigarro tínhamos que pagar, isto é tínhamos que ter uma licença de porte de... isqueiro.
Claro que isto não era feito por um homem só. Tinha os seus algozes, na forma de Ministros, Secretários de Estado, indivíduos capitalistas em que metade do dinheiro da nação era deles ah e claro o Presidente da República ( de alcunha o pau-mandado) e Sua Eminência o Cardeal Patriarca de Lisboa. Tudo isto secundado por uma polícia política que praticava horrores. Por exemplo tivemos o famigerado Humberto Delgado, que se atreveu em uma entrevista aquando lhe perguntaram se ele fosse eleito Presidente da Repúbica o que faria em relação a Salazar e este respondeu “obviamente demito-o” claro assinou a sua sentença de morte, assassinado em terras de Espanha pela Pide/DGS. Vejamos isto era política, mas uma pessoa que se atrevesse a fazer algum comentário menos abonatório em relação ao poder instituído arriscava-se a ir passar uma noite, na melhor das hipóteses na PIDE/DGS e isto se não fosse reincidente, porque se o fosse tinha direito a uma ou mais sessões de tortura para confessar o inconfessável, se protestavas sobre algo de certeza eras comunista.
Assim fomos vivendo 40 anos de ditadura.
Mas o mais abominável de tudo foi a Guerra Colonial. Nós jovens fomos educados e instruídos que a nossa nação não era só Portugal, mas sim todos os países que constituíam as nossas Colonias Ultramarinas a saber: India (Goa, Damão e Diú) Guiné, Cabo-Verde, S.Tomé-e-Principe, Angola, Moçambique, Timor e ainda havia Macau, Açores e Madeira, mas estes têm outra história.
Pois, éramos e somos um país pequenino mas com uma possessão que chegou a ser a maior da história mundial. Países como a Inglaterra e França, já haviam devolvido (dado a independência) às suas Colónias, nós com o “orgulhosamente sós” travamos uma luta fraticida que não era nossa, mas o mais grave ainda, estávamos convencidos que era nossa.
Tanto que poderia ter-se evitado:
Gastos em capital, vidas, e mais grave ainda, guerras internas que ainda hoje grassam em alguns desses países.
Nossa juventude estropiada, que ainda hoje sofre de stress motivado por combates sangrentos que enfrentou.
Se em devido tempo tivéssemos dado a independência a esses países, ter-se-ia evitado o regresso compulsório de tanta gente que nesses países trabalhou e lutou por ter uma vida melhor e contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento económico dos países onde viviam.
Muita gente culpa o 25 de Abril de 1974 por tudo ter acabado tão abruptamente, mas não, a culpa vem de longe vem de 1958 quando os indianos quiseram o que era deles, Goa, Damão e Diú, logo ali quem nos governava devia ter-se preparado para dar a independência às nossas Colonias, mas não, perante milhões de indianos foi dada a ordem ao nosso governador para se defenderem até à morte tal não aconteceu e foi tratado como traidor.
Muito haveria a dizer, mas ao escrever este artigo, escrevo-o de memória sem consultas a livros ou a qualquer outro meio. Escrevo-o com o coração, coração de português que até não sofreu muito se me comparar aos meus irmãos.
O 25 de Abril de 1974, trouxe o direito de um povo, o direito à sua indepêndencia, à conquista dos seus valores ao ougulho de se sentir verdadeiramente português. Embora muitos erros tenham sido cometidos com a revolução, esta valeu a pena e hoje somos um povo que tem liberdade, a liberdade de se exprimir, falar e lutar pelos seus direitos.
Assim saibamos continuar para fazer de Portugal um país que vale a pena.

Recife, 15 de Abril de 2004. (*) artigo de opinião

03/01/2007

UMA ROSA E UM MENINO




UMA ROSA E UM MENINO
por Victor Jerónimo

Era uma vez, uma rosa pequenina, que ficou perdida num canto perdido, num canteiro perdido, numa guerra perdida.
A sua famíla à muito que tinha partido ceifadas pela fome ou por estilhaços das bombas que por ali perto caíam.
Mas a pequena rosa resistia incólume a toda esta desgraça e teimava em sobreviver.
Sua fome era saciada pelas pequenas gotas do orvalho da manhã que ela bebia sequiosamente, tentando sobreviver num mundo que ela sabia ter sido belo, pois o ouvira contar às suas irmãs falecidas.
No meio de tanta maldade ela crescia a cada dia mais bela, e os que a olhavam esqueciam momentâneamente os horrores devassos de uma guerra fraticida.
Um dia, um ser pequenino refugiou-se no canto que guardava a rosa; armado, ele estava de metralhadora e granadas, defendendo ou atacando a vida.
A sua infância ficou perdida num país onde as crianças não existem e onde o mal impera a cada esquina.
Tristeza de um pequeno ser e onde os seus brinquedos sempre foram as armas. Sua alma estava triste e muito cansada, naquele instante.
Precisava de sonhar, necessitava de algo belo que o fizesse esquecer os horrores em que vivia.
Então ele olhou e viu a rosa.
Seu coração enterneceu-se por momentos, o desejo de transmitir um carinho mesmo que a uma rosa instalou-se nele.Saindo do seu canto foi afagar e cheirar a rosa.
Um silvo, um estampido.
Menino da guerra e rosa perdida uniram suas vidas para sempre.

Victor Jerónimo



Publicado em contos do fim do mundo edição especial 2011 da Câmara Brasileira de Jovens Escritores

INICIO

Isso o inicio de algo, neste caso o meu primeiro blog.Acabei de ser apanhado por esta febre do blogs. Ainda não sei bem o que irei publicar, será que a minha obra? a minha vida? a vida dos outros? bem, aqui só se se portarem mal. Oh mi God que fui fazer? com tanta a gente a portar-se mal e só eu a ser bonzinho? Será?Mas não se assustem... vou deixar correr a pena, neste caso as teclas, ao sabor dos bons ventos que se avizinham neste começo de 2007. E que ano quentinho vai ser, dizem que o mais quente de sempre, principalmente com o El Nino vindo por aí.Bem, fico por aqui e vou já inaugurar o blog.....
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Fui só comemorar com champanhe a inauguração.Ora cá vou eu.Não sejam maus para mim, tá bem?
Victor Jerónimo
02.Jan.2007