10/01/2007

ÁGUA... PRESERVAR É PRECISO

ÁGUA... PRESERVAR É PRECISO
Victor Jerónimo

Quando era menino passava com a minha família dias lindos na praia da Cruz Quebrada. Ali onde o Tejo entra em agonia e se entrega ao mar recordo as belas barracas coloridas em tiras de várias cores, um pontão de onde os banhistas mais afoitos se lançavam à água e onde os pescadores pescavam lindos peixes.
O comboio passava mesmo junto à praia deixando centenas de pessoa nesta e um pouco mais longe havia os elétricos que terminavam a sua linha ali no vizinho Jamor, transportando para a praia inúmeros banhistas.
Era uma praia de águas límpidas e pequenas ondas convidando ao deleite e ao prazer de um bom banho. Mesmo junto à praia desaguava o lindo Rio Jamor, cantado por poetas e frequentado por amantes. Nós as crianças brincavamos livres e alegremente, por toda a praia, sem receio de pisarmos uma lata, uma seringa ou qualquer outro objecto por demais perigosos que hoje jazem esquecidos e abandonados nas nossas praias.
Mais à frente havia outra praia a de Paço de Arcos, que tinha no seu seguimento umas belas rochas onde o pai em seus buracos caçava lindas sapateiras e onde a mãe as cozia em seguida em lautos almoços à sombra de frondosas arvores junto a essa praia.
Entre estas rochas e ali mesmo juntinho ao mar brotava uma nascente de água doce e cristalina de onde bebiamos a sua preciosa e agradável água.
E como este, muitos e muitos lugares quase paraísos havia junto às nossas cidades e que o homem no espaço de 30 anos destruiu completamente.
Lembro-me do Rio Zêzere que hoje abastece a cidade de Lisboa, depois de a sua água ser decantada, filtrada e tratada quimicamente.
Este rio corria entre os seus meandros com águas limpissimas, peixe abundante e no verão quando secava, deixava lindas lagoas aprazíveis para tomar banho. Hoje o rio não seca, o homem não deixa, com os contínuos vazares de águas residenciais e industriais, o homem encarregou-se de não deixar secar o rio no Verão, este corre continuamente em autentico esgoto a céu aberto e sem vida.
Estes são apenas três pequenos exemplos num pequeno país chamado Portugal.
Hoje vivo no Brasil o país que tem 70 % de água potável no planeta e leio, vejo, o não cuidar das suas águas, desde os seus dirigentes até ao mais pequeno ser humano. Todos esbanjam, todos sujam, não fazem aproveitamentos, falta a água continuamente, há falta de recursos. Em Portugal, como no Brasil como em todo o Mundo a água fonte da vida, está a transformar-se em fonte da morte.
Quando será que o homem acorda?

29.Ago.2006

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