A VIDA POR UM PENSAMENTO
Poesias, cronicas, romances, criticas, divulgação cultural em suma a vida por um pensamento ou será um pensamento por uma vida?!
26/05/2014
A Revolução comunista em Portugal e a Contra-revolução partidária
01/02/2014
07/09/2013
Portugal - Brasil
Procura o amor no firmamento
Por vezes ele ali fica escondido
É onde vai chorar em lamento
Por mais um amor perdido.
Assim por vezes fica o amor
Por tanto ele se querer dar
Encontra aqui tanto rancor
Que ele tem que se recuperar.
Então voga pelo firmamento
E as estrelas são seu refúgio
Os cometas o seu quebranto.
Depois de mais uma solidão
E quando ao mundo regressa
De alegria chora o coração.
DE LOS DISGUSTOS DEL AMOR.
Portugal – Brasil
Procura el amor en el firmamento
Por veces él allí queda escondido
Es donde va llorar en lamento
Por un amor más perdido.
Así por veces queda el amor
Por lo tanto él si quisiera dar
Encuentra aquí tanto rencor
Que él tiene que recuperarse.
Entonces boga por el firmamento
Y las estrellas son su refugio
Los cometas su quebranto.
Después de una soledad más
Y cuando al mundo regresa
De alegría llora el corazón.
Victor Jerónimo
Lisboa/Portugal
Carrego no meu peito
As chagas que me deu a vida,
Algumas não perderam o efeito
As que sararam deixaram a marca.
Em ilusões vivi mundos vários,
Em esquinas do tempo deambulei,
Porém ficaram os ensinamentos,
De tudo o que perdi e errei
A esperança é agora a meta
O amor o meu alimento
Aproveitando a porta aberta.
Tenho chagas ainda descobertas
Porém o amor e carinho
As vão sarando como uma meta.
LLAGAS
Victor Jerónimo
Espanhol : Rosenna
Cargo en mi pecho
Las llagas que me dio la vida,
Algunas no perdieron el efecto
Las que cicatrizaron dejaron la marca .
En ilusiones viví mundos varios,
En esquinas del tiempo deambulé,
Sin embargo quedaron las enseñanzas,
De todo lo que perdi y erré.
La esperanza es ahora la meta
El amor mi alimento
Aprovechando la puerta abierta.
Tengo llagas aun descubiertas
Sin embargo el amor y cariño
Las van cicatrizando como una meta.
01/09/2013
Victor Jerónimo
Feras perdidas
num mundo podre
De encontros corrompidos
Que lutam pelo âmago
das suas almas.
Escalavradas...
... em montanhas de consumo
de consensos sócio-culturais
Debitam suas forças negativas
Vivem num mundo de currais.
Oh!... imberbes mutantes
Neste mundo sem sentido
Gastais vossas forças em vão
Tornais o mundo apocalíptico.
Quereis ter na mão o poder,
dos poderes que se vão
Julgais que com essa força,
tendes o mundo na mão.
Não temais pois os consensos,
vossa vida foi em vão.
Em vida tendes poder efêmero,
nos céus pedireis perdão.
Sois terra e pó neste mundo...
Sois essência divina no Além...
DIVINA COMEDIA
Victor Jerónimo
Español: Rosenna
Fieras perdidas
en un mundo podrido
De encuentros corrompidos
Que luchan por el espíritu
de sus almas.
Escoriaciones...
... en montañas de consumo
de consensos sócio-culturales
Debítan sus fuerzas negativas
Viven en un mundo de corrales.
Oh!... imberbes mutantes
En este mundo sin sentido
Gastáis vuestras fuerzas en vano
Tornáis el mundo apocalíptico.
Queréis tener en la mano el poder,
de los poderes que se van
Juzgáis que con esa fuerza,
tenéis el mundo en la mano.
No temáis pues los consensos,
vuestra vida fue en vano.
En vida tenéis poder efímero,
en los cielos pediréis perdón.
Sois tierra y polvo en este mundo...
Sois esencia divina en el Más allá...
Victor Jerónimo
Primavera de encantos mil
que acorda meu lindo Portugal.
com o cheiro do rosmaninho primaveril
não há no Mundo nada igual.
O castanho se apaga
acendem-se os verdes das ervas
mais tarde nascem as papoulas
que em vermelho apagam as trevas.
Passarinhos fazem seus ninhos
regressam as andorinhas ao lar
mostrando-nos como somos pequeninos
E o cucu canta a anunciar
que a primavera findou
e o verão vai regressar.
PRIMAVERA
Victor Jerónimo
Espanhol : Rosenna
Primavera de encantos mil
que despierta mi lindo Portugal.
con el olor a lavanda primaveril
no hay en el Mundo nada igual.
El castaño se borra
se encienden los verdes de las hierbas
más tarde nacen las amapolas
que en rojo borran las tinieblas.
Pajaritos hacen sus nidos
regresan las golondrinas al hogar
mostrándonos como somos pequeñitos
Y el cucú canta para anunciar
que la primavera finalizó
y el verano va regresar.
Victor Jerónimo
Só sei que sou e nada sou
Perdido nos ventos do Além,
em intempéries profundas mergulhei
e busquei o que não consegui alcançar.
Vogando entre as estrelas, cavalguei cometas.
Visitei mundos perdidos, com abismos infindos.
Dei a volta por galáxias, belas ao olhar
mas em constante turbilhão,
devorando as mais frágeis.
Nada na beleza concerne no amor.
Esta antes é, a luta constante e voraz
de pequenas criaturas, que por o serem
encontram-se perdidas na voragem dessa beleza..
Resta então ao homem, o seu espírito...
Na sua alma reside a esperança
e a ilusão do amanhã.
Somos seres que lutamos
na procura da vida e do saber,
pois tudo isto já existe há muito...
no coração de cada um.
Por isso, não consegui alcançar
o que busquei em matéria.
Por isso, encontrei abismos profundos
perdidos no Além.
Por isso, descobri que a beleza
é efêmera aos nossos olhos.
Por isso, descobri que existirá sempre
o domínio do mais forte.
Tudo isto...
Em sucessão.
Em prantos.
Em clamor.
Em desilusões.
Por isso e por isto, só sei que nada sou!...
SÉ
Victor Jerónimo
Sólo sé que soy y nada soy
Perdido en los vientos del Más allá,
en intemperies profundas buceé
y busqué lo que no conseguí alcanzar.
Bogando entre las estrellas, cabalgué cometas.
Visité mundos perdidos, con abismos infinitos.
Di la vuelta por galaxias, bellas a la mirada
pero en constante torbellino,
devorando las más frágiles.
Nada en la belleza concierne en el amor.
Esta antes es, la lucha constante y voraz
de pequeñas criaturas, que por lo que sean
se encuentran perdidas en la vorágine de esa belleza..
Resta entonces al hombre su espíritu...
En su alma reside la esperanza
y la ilusión del mañana.
Somos seres que luchamos
en la búsqueda de la vida y del saber,
pues todo esto ya existe hace mucho...
en el corazón de cada uno.
Por eso, no conseguí alcanzar
oloque busqué en materia.
Por eso, encontré abismos profundos
perdidos en el Más allá.
Por eso, descubrí que la belleza
es efímera a nuestros ojos.
Por eso, descubrí que existirá siempre
el domínio del más fuerte.
Todo esto...
En sucesión.
En llantos.
En clamor.
En desilusiones.
Por eso y por esto, sólo sé que nada soy!...
Español: Rosenna
16/03/2013
Dueto
Victor Jerónimo
Agora um templo novo é nascido
Das profundezas do meu ser.
Tal como um altar rejuvenescido
Dos escombros do anoitecer.
Catedral imensa se adivinha
Em forma e conteúdo,
Qual presença embevecida
Em luz, formas e amor.
E em ti minha alma se acende,
E em mim um altar renasce,
Pleno numa alegria imnuscuída.
Tudo se foi e se perdeu no tempo.
Agora há uma nova luz vivida.
No porvir o renascer do nosso encanto.
21.07.2004
PARA SEMPRE
Mercêdes Pordeus
Para sempre edifiquei meu amor
Sobre uma pedra angular
Por isso, ele não ruirá
Sob efeito de nenhuma erosão.
Renascido do meu âmago
Estruturou-se através do cotidiano,
Suas estruturas advêm das experiências
Se com sabedoria discerni-las.
Se em ti minha alma se acende
A cada alvorecer renasce
Tomando dimensões impalpáveis.
Se encontraste uma nova luz vivida,
Eu em ti também a encontrei,
Então a façamos renascer no porvir.
28/07/2004
MAINTENANT, E…
Victor Jerónimo
Ce jour… vient de germer un nouveau temple
des profondeurs de mon être
tel un autel revenu
des décombres de la nuit
Une immense Cathédral, augurons
en format et en contenu
Telle une présence, passion
de lumière, contours et communion
En toi, mon âme s’embrase
et en moi, un oratoire revit
Empli d’une intrinsèque joie
Le passé est révolu, évanoui dans les temps
Une nouvelle lumière est apparue
L’avenir, est la renaissance de notre magie.
POUR TOUJOURS
Mercêdes Pordeus
J’ai construit mon amour… pour toujours
sur une pierre angulaire
Pour qu’il ne tombe pas en ruines
sur l’effet de l’érosion du temps
Réanimé du profond de mon âme
et rénové dans tous les quotidiens
Ses bases sont des appétences
qu’il faut discerner avec sagesse
Si en toi, mon âme s’enflamme
Chaque matin, est claire genèse
qui prend des dimensions inédites
Si en moi, tu vois une lueur animée
Je l’ai puisée au sein de ton être
Gardons-la frétillante à l’éternité.
(Traduzido por : Fernando Oliveira, "FEROOL"Paris)
13/05/2012
13/02/2012
ACORDO ORTOGRÁFICO SEGUE A VIA POPULAR
ACORDO ORTOGRÁFICO SEGUE A VIA POPULAR
Um acordo de empobrecimento da língua e de interesses geoestratégicos
porAntónio Justo
O assunto não é fácil, atendendo às diferentes grafias (europeia, brasileira e africana) e aos interesses políticos, económicos e culturais a elas subjacentes. O Acordo ortográfico vem beneficiar a grafia brasileira em relação à grafia luso-africana da língua portuguesa. Na sua forma possibilita assim uma maior concorrência, salvaguardando sobretudo interesses geopolíticos e económicos do Brasil.
O maior problema na génese e no processo do acordo, encontra-se, a meu ver, num espírito simplicista e vulgar, em via desde há décadas, na política cultural ocidental.
O maior problema manifesta-se na acentuação e na supressão das chamadas consoantes “mudas”, acabando-se assim com uma diferenciação etimológica insubstituível para a boa compreensão das palavras.
Para se perceber um pouco o fundamento dos que questionam o acordo e para se ter uma ideia da riqueza da exactidão das palavras, apresento a etimologia das diferentes palavras portuguesas: facto, fato, fado e feito. As palavras portuguesas facto e feito vêm da palavra latina factu (do verbo facere=fazer); a palavra portuguesa fado vem da palavra latina latim fatu. A palavra portuguesa fato (roupa exterior do homem) virá do germânico fat. A palavra facto (realidade, verdade) é usada em todos os países lusófonos excepto no brasil que usa a palavra fato para designar facto e fato. Deu-se assim um empobrecimento da língua muito embora em benefício do povo com menos formação. (Apresento no final do artigo o exemplo de palavras provenientes do mesmo étimo latino para melhor se compreender a presença dum c ou dum p mudo na palavra, que levam à pronunciação aberta da vogal precedente). (Infelizmente em muitos dicionários virtuais já se abdica da diferenciação. Forças de interesse e ideologias procuram apagar os vestígios que os não servem. Isto acontece também no que respeita à disponibilidade de termos e de sinónimos no léxico).
Angola e Moçambique ainda não ratificaram o Acordo Ortográfico e naturalmente têm razões muito válidas para o não fazerem tal como os brasileiros e outros terão as suas para o fazerem. O “Jornal de Angola” ao lamentar o empobrecimento etimológico dum acordo ortográfico que se orienta pelo português falado ou pronunciado, mostra o busílis dum acordo que se orienta por um simplicismo redutor, traiçoeiro e mercantilista. Aqui os Angolanos manifestam-se contra a corrente entrópica ao exigir que “os que sabem mais têm o dever sagrado de passar a sua sabedoria para os que sabem menos” para não baixarem o seu nível.
O problema acentuou-se pelo facto de muitas objecções não terem sido resolvidos já na génese que prepararia o acordo ortográfico. Comete um grande erro quem parte para um acordo com base apenas no português falado. De lamentar seria naturalmente se não houvesse um acordo em defesa da língua. Por muitos erros que se cometam é melhor um acordo que nenhum; a não ser que se defenda a hegemonia do inglês.
O acordo ortográfico beneficia os que falam pior a língua. Por outro lado a língua não se mantem dependente de quem a melhor pode falar: padres, juristas, linguistas e médicos pelo facto de saberem a língua mãe, o latim.
O acordo é necessário para possibilitar a afirmação do idioma português no contexto internacional sem se atraiçoar a alma dos diferentes povos a veicular num português de afirmação global.
Os peritos que elaboram os acordos ortográficos deveriam dominar bem o latim e o grego; especialmente o latim. O português é uma das línguas chamadas românicas, com a sua origem no latim, sendo uma evolução deste. O latim na sua expressão clássica manifesta um alto nível intelectual e na sua expressão popular (língua falada pelo povo: sermo vulgaris, cotidianus, plebeius, rusticus), com a sua riqueza fonética e morfológica, cria termos novos para expressar vocábulos por ele desconhecidos do latim erudito. Deste modo enriquece a língua, tal como hoje acontece com o português vulgar (provincianismos, e outras formas de formação, entre elas, os neologismos…).
A língua latina suplantou as línguas dos povos vencidos relegando, muitas vezes, as destes para dialectos. Na península ibérica, só o basco lhe resistiu. A língua latina abandonada a si mesma no povo, sem disciplina gramatical, na sua evolução, deu lugar a diferentes falares ou falas que depois deram origem a línguas. Um desses falares foi o galaico-português (também língua dos poetas) que, devido a circunstâncias políticas, deu origem aos idiomas, galego e português. A evolução do português já se pode documentar em monumentos e documentos notariais a partir do séc. VII num latim bárbaro (língua falada pelo povo). A partir do séc. XII os poetas apoderaram-se desse falar (galaico-português) que no séc. XVI se estabilizou no português e no galego. A partir de então temos o português moderno como podemos ver em Camões.
O latim afirmou-se por todo o lado. Na nossa língua, encontram-se também com certa frequência, termos de povos invasores (cerca de 600 palavras usuais germânicas e cerca de 600 palavras usuais árabes).
O vocabulário da língua portuguesa formou-se principalmente através do latim vulgar que se vai modificando através da fonética e da derivação de termos populares; uma outra forma de formação da língua foi a via erudita que de proveniência latina e grega se manteve mais próxima do padrão original latim e grego. O português tem uma fase arcaica que vai do séc. XII ao seculo XVI e uma fase moderna começada no séc. XVI (Camões).
Para melhor se poder compreender as divergências no que respeita ao acordo ortográfico e apelar ao respeito pela etimologia da língua, passo a dar exemplos da formação de termos em que o mesmo étimo latino origina duas palavras diversas. O Acordo Ortográfico nas suas coordenadas gerais deixa-se orientar mais pela via popular ou vulgar. De notar que, hoje como ontem, as pessoas mais simples têm tendência para não mastigar as palavras, ao contrário do que acontece no falar das pessoas mais eruditas. A maior traição ao português e à alma do falante dá-se porém na redução das pessoas verbais (eu tu ele (ela,você), nós vós, eles (vocês). A língua em vez de evoluir e de se diferenciar embrutece seguindo o princípio da inércia, ao eliminar o vós e ao evitar até o tu na linguagem falada (como já adverti noutros textos). Assistimos a um empobrecimento geral em questões. A ignorância não nota o que perde, ganha sempre!
A palavra latina factum deu origem à palavra portuguesa facto por via erudita e à palavra feito por via popular.
Simplificando: do latim focum originou-se foco por via erudita e fogo por via popular
do latim legalem originou-se legal por via erudita e à palavra leal por via popular
do latim matrem originou-se madre por via erudita e à palavra mãe por via popular
do latim Hispaniam originou-se Hispania por via erudita e à palavra Espanha por via popular.
do latim jactum originou-se jacto por via erudita e à palavra jeito por via popular
do latim alienare originou-se alienar por via erudita e à palavra alhear por via popular
do latim plenam originou-se plena por via erudita e às palavras cheia, prenha por via popular
do latim oculum originou-se óculo por via erudita e à palavra olho por via popular
do latim grandem originou-se grande por via erudita e à palavra grão por via popular
do latim angelum originou-se Ângelo por via erudita e à palavra anjo por via popular
do latim aream originou-se área por via erudita e à palavra eira por via popular
do latim arenam originou-se arena por via erudita e à palavra areia por via popular
do latim atrium originou-se átrio por via erudita e à palavra adro por via popular
do latim catedram originou-se cátedra por via erudita e à palavra cadeira por via popular
do latim conceptionem originou-se concepção por via erudita e à palavra conceição por via popular
do latim delicatum originou-se delicado por via erudita e à palavra delgado por via popular
do latim digitum originou-se dígito por via erudita e à palavra dedo por via popular
do latim dolores originou-se Dolores por via erudita e à palavra dores por via popular
do latim directum originou-se directo por via erudita e à palavra direito por via popular.
Desta observação podemos concluir que o povo simples simplifica (via popular) e os eruditos preferem a clareza.
Com acordo ou sem ele, cada pessoa deve ter a liberdade de escrever na grafia que aprendeu.
António da Cunha Duarte Justo
(Com diploma para latim e grego)