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21/10/2007

PORQUE RAZÃO?

PORQUE RAZÃO?
Victor Jerónimo

Não sei, realmente não sei. Não sei que razão te assiste para assim comigo falares. Será que a tua razão permite a má educação? Ou será que a tua força da razão é diferente de tudo o que engloba os valores morais do mundo que nos rodeia? Realmente não sei porque razão te consideras o dono do mundo, o dono das pessoas, será que tu és dono do teu dono e a razão mais uma vez te assiste com paradigmas efusivos e balanceados em torpes designios? Porque a razão é tua e não minha ou do nosso semelhante?
Porque razão te crês um ser superior e com a razão absoluta?
Será que a razão das razões podem acobertar toda a maldade, inveja, ódios assassinatos, roubos e até holocaustos?Porque a razão te assiste em tudo o que fazes e a razão dos homens não tem valor?
Porque razão o planeta Terra não pode ser um planeta de paz, amor, concordia resumindo um paraíso?
Que razão tens tu para dominares assim a maldade? Qual a razão que te assiste para em nome das tuas verdades abandonares assim o homem à sua mercê não cuidando dos rebanhos que tanto apregoaste?
Será que a razão a tua razão é a razão que não nos assiste ao comungarmos o bem que queremos?
Porque razão me falas assim? Porque razão falas assim aos meus semelhantes?
Porque razão nos amaldiçoaste?
Porque razão... Porque razão... Porque razão...
Recife 18.Out.2007

07/07/2007

NASCI TÃO LONGE


(foto de Hernán Zin)


NASCI TÃO LONGE
por Victor Jerónimo

E tu aí tão perto de todas as guerras, fazes-me sentir culpado das ameaças que não vivi.
É certo que a minha geração também sofreu na carne e no espírito os horrores das violações, das bombas, das minas, das balas perdidas na defesa de terras longínquas que diziam ser nossas e apenas porque tivemos o mérito de as descobrir ou terá sido achar? E tu aí tão perto de todas as guerras, fazes-me sentir culpado das ameaças que não vivi, dos sofrimentos sem fim, das bombas enviadas pelos céus de nações que se dizem amigas e que apenas procuram sugar o ouro da tua terra. Homens-bomba a que lhes foi ensinado que o paraíso espera recheado de coisas belas por eles. Até na morte há a ganância de conquistar esse paraíso.
O uso indiscriminado das religiões onde nem uma se salva na procura da Paz terrena. O inculcar do sofrimento ao homem dizendo, pregando que isso é natural como se houvesse prazer no sofrimento.
A educação prenhe de maldade que incute a um pequeno ser o ódio e o transforma numa maquina de matar, seja para roubar ou para salvação da alma, seja para matar a fome ou pelo simples prazer de matar. E tu aí tão perto de todas as guerras, fazes-me sentir culpado das ameaças que não vivi, da fome que não senti.
E com isso sinto-me um homem vil, déspota, com a desgraça lambendo-me as raízes do pensamento, porque não lutei, nem com as palavras. Cobarde acobertei-me nas asas do corvo e calado segui todos estes anos mirando os horrores à minha volta. Não gritei, não fiz ouvir a minha voz, não soube dizer Não, não soube dizer BASTA.
E tu aí tão perto de todas as guerras com o teu corpo ardendo, com tua alma descendo aos infernos, não sabendo o porquê do que te fazem, já não acreditando no que te dizem. E tu aí sem saberes o porquê terminam com tua vida no fogo do inferno.
E eu que nasci tão longe miro em uma foto o teu ultimo sopro de vida. Com pena, com tristeza, talvez com um pouco de horror.
Mas que fazer? eu que nasci tão longe...

Victor Jerónimo