12/09/2007

SOMOS SOBREVIVENTES

SOMOS SOBREVIVENTES
Victor Jerónimo

Quando tento olhar para o passado e procuro o sentir do viver a vida dos meus antepassados, quando leio a História e vejo tantos horrores, tantas desgraças, tantos ódios tantas maldades, eu sinto-me um sobrevivente.
Tentar imaginar a vida dos nossos antepassados a partir dos nossos tetravós e recuando cada e cada vez mais no tempo fico a pensar como teriam sido as suas vidas.
Para eu estar aqui neste momento a escrever e a tentar idealizar o que foi, como terá sido?
Eu sinto-me tão pequeno, tão humilde, mas ao mesmo tempo sinto-me um vitorioso, que herdou o sangue, as células, a hereditariedade dos vencedores.
Todos eles foram vencedores sem excepção e todos nós que estamos aqui hoje, somos a herança, somos os sobreviventes.
Basta lermos artigos que nos contam como foi na antiguidade e se quisermos aprofundar, embrenhemo-nos na história, na arqueologia e em todas as matérias que nos levam cada vez mais além.
É cada vez mais notório como as pessoas tentam saber de onde vieram, quem foi a sua ascendência, mas isso só nos leva até uma determinada escala da evolução.
Tentemos recuar mais e mais e ficamos quase em letargia, ao tentar imaginar as cenas que se desenvolviam no quotidiano dos nossos antepassados.
E imagino que todos eles terão morto o seu semelhante para poderem sobreviver ou quem sabe outras causas.
Foi a esperteza, a vilania, a valentia que nos trouxe aqui.
Somos herdeiros de todos os males que assolaram a humanidade ao longo da sua vida.
Mortes, assassinatos, doenças uma luta constante na procura do sobreviver.
Quantos filhos morreram e quantos pais pereceram para que chegassemos aqui.
Temos uma pesada herança que devemos preservar, que nos foi legada por eles e é no conhecimento de causa e no sabermos que devemos partir à procura do bem.
Nada está perdido e tudo está achado.
Tudo? Nem tudo, Creio que muito há ainda a ser descoberto.
Transportamos dentro de nós e em hereditariedade as doenças, a maldade, mas também a bondade, a experiência, tudo pronto a despontar assim estejam formadas as ocasiões para que despolete essa luz.
Somos por isso e actualmente responsáveis pelo que fizermos e pelo que desejamos transmitir às gerações futuras, não só a nível físico mas sobretudo no espiritual, pois tudo fica gravado em nós e somos nós a transmitir aos nossos filhos.

Recife, 16.Jul.2007

1 comentário:

Alcina Maria disse...

Gosto do estilo de Victor Jeronimo, que demonstra ser um poeta humano, mas ao mesmo tempo lúcido da realidade. Parabéns,
Alcina Maria.