01/11/2007

DISSERTANDO

DISSERTANDO
Victor Jerónimo

Desde que foi descoberto um meio de o ser humano se comunicar à distância, este tem ampliado os seus conhecimentos de forma fantástica. Primeiro o telefone, depois os rádios amadores, lembram-se(?) e agora a internet.
Muito já escrevi sobre os seus perigos e que todos conhecemos, mas há as amizades, as grandes amizades, antes impensáveis entre duas pessoas que não se conheciam fisicamente.
Estes bites mágicos têm-nos transportado aos pontos mais recônditos do planeta e tem-nos feito encontrar verdadeiras almas nobres, singulares, solitárias, mas almas que se encontram com a nossa e nos leva a criarmos uma amizade antes impensada nos meios tradicionais, ou que levariam anos a criarem-se.
Porque aqui estamos sós, como espectadores do mundo e onde temos o grande poder da comunicação, sentimo-nos libertos para escrevermos sobre o que nos apraz e nas amizades
desenvolvermos esse bem de forma carinhosa e amiga. Basta que o caldo mágico esteja na medida certa e que esse bem da procura amiga esteja equitativo para os dois lados.
Neste meio de comunicação o ser humano doa-se no que de mais belo tem dentro de si, criando verdadeiros estágios de solidariedade, companheirismo e devoção.
A preocupação na doença, onde as rezas são um factor a ser estudado, a ansiedade da ausência do outro, o transportar-se em espírito e doação de palavras para ajudar o semelhante são casos
bem concretos no quotidiano internáutico.
Estas amizades evoluem para estados superiores e irmanam-se criando autênticos tratados de arte e gloria que elevados em espírito conduzem a plenitudes de bem estar, amor e carinho.
Amor? Ai o amor esse que provem de uma grande amizade, que é criado não através de desejos carnais mas espirituais e que é tão bem descrito nas religiões.
O amor e adoração que vem desde os primórdios da humanidade, de amarmos o inatingível, de amarmos o desconhecido, de amarmos o bem, é uma aplacação real na internet que não é nova, que sempre existiu, o amarmos o desconhecido.
Muitas destas amizades e amores terminam quando as pessoas se conhecem fisicamente, mas a grande maioria prevalece.
Quando há o encontro físico e o olhar no espelho da alma, os olhos, logo ali ficamos a saber se valeu a pena e que vai valer a pena continuar essa amizade.
Ninguém está isento de defeitos, traumas, problemas muito graves, mas essa amizade nascida assim dificilmente se dissolve se tiver havido esse olhar d'alma.
Recife 01.Nov.2007

5 comentários:

Anónimo disse...

Victor, li atentamente sua Crônica "A vida por um pensamento" e concordo plenamente com a sua opinião sobre os relacionamentos via internet. O homem sempre sentiu essa necessidade de relacionar-se com outros e, a partir de quando esse rico e rápido meio de comunicação surgiu, parece-me que muitas pessoas deixaram de ser "solitárias", pois, do outro lado, tem sempre alguém para lhes dar atenção, muitas vezes negada por quem está ao seu lado. Nunca o ser humano sentiu tanto a necessidade de estar com o outro, de falar com o outro...E não importa se esse outro está a uma grande distância! A espiritualidade nesses tempos atuais está mais aflorada e todos nós sentimos, em algum momento, carências afetivas.Adorei sua crônica pela linguagem e pela temática. Um abraço. Mena

Anónimo disse...

Olá Victor, fantástico teu texto pois que nos leva a reflexão e consequente aprendizado. Parabéns.
com carinho
Sueli

Unknown disse...

Gostei muito da tua crônica. Lembrei-me de que há muitos anos atrás, na minha adolescência ( hoje estou com 51 anos ), nos correspondíamos através de anúncios de revistas, dentre outros. E tudo era tão difícil, porque os nossos pais não nos davam trégua. Ehehheheh.Hoje, continuamos a buscar e a buscar, mas o quê? Talvez fosse mais fácil ter amigos mais próximos, com quem pudéssemos conversar com os olhos nos olhos e não com as ilusões de óptica da webcam. A net cria e destrói ilusões, porque as relações interpessoais, na maioria das vezes, são frágeis e têm como base a beleza física, o ter e não o SER.Cabe a nós seguirmos o melhor caminho ( penso que o melhor é o do coração ). Agora está na minha hora. Estou de plantão e a minha folga acabou. Abraços.
Sylvia Narriman

Unknown disse...

Sylvia agradeço os comentários que me deixou
Não sei como comunicar consigo pois não deixou mail, mas poderá comunicar-se comigo se o desejar atraves de victor.jeronimo@gmail.com
Obrigado

Anónimo disse...

Boa noite, Victor. Será um prazer conversar consigo, afinal, não é todos os dias que encontramos alguém com pensamentos e idéias brilhantes e equilibrados. Infelizmente, parece que estamos perdendo essa capacidade...Meu e-mail: sylvianarriman@gmail.com
Obrigada.
Sylvia Narriman